Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Últimas Notícias > Notícias em Destaque > Campeonato do Exército de Adestramento
Início do conteúdo da página
Artigos publicados

Forte São José

  • Publicado: Terça, 21 de Mai de 2019, 11h03
  • Última atualização em Sexta, 03 de Março de 2023, 09h33
imagem sem descrição.

O Reduto São José, de 1578, sofreu, ao longo dos tempos, algumas melhorias. Motivado pela Questão Christie (Situação que ocorreu no período de 1850 a 1863, caracterizada pela intervenção inglesa ao tráfico de escravos e ao comércio internacional (Lei Eusébio de Queiroz - 1850), com apresamento de navios brasileiros, em nossas águas territoriais), o Imperador Pedro II determina que as Fortalezas da entrada da Baía fossem totalmente modernizadas. Inicia-se, sobre o antigo Reduto São José, uma obra monumental, em blocos de granito, constituída de uma galeria com 17 casamatas, em pedra lavrada, encimada por plataforma e parapeito com 1,40 m de comprimento e um paiol, à prova das armas da época, tendo suas pedras, 2,00 m de comprimento. Em 1872, o novo Forte São José é posto em serviço, artilhado com 15 canhões Whitworth, de fabricação inglesa, calibre 32 e 70 libras. Nosso Imperador veio, pessoalmente, à Fortaleza de São João para inaugurá-lo.

No paiol do Forte, atualmente, funciona o Espaço Cultural do Museu Histórico da Fortaleza de São, onde há acervo histórico e a história é contada resumidamente em 16 painéis autoexplicativos.

Um trabalho em cantaria, formando arcos, artisticamente alinhados. As pedras, esculpidas artesanalmente, eram milimetricamente encaixadas, de acordo com a planta de engenharia militar da época.

Os canhões são Whitworth, de fabricação inglesa, calibres 32 libras (97mm) e 70 libras (127mm), cujo ano provável de fabricação é 1863 (Séc XIX). O alcance máximo chegava aos 3.000m.
Algumas portinholas têm um rasgo em sua base, para colocação de chapas de ferro, conhecidas com Couraça, cuja finalidade era proteger os artilheiros e as peças.
A janela no teto servia para a saída dos gases da pólvora, após o disparo, ajudando a dissipar a fumaça.
A peça realizava tiro a tiro, sendo necessários, aproximadamente, dez homens para prepará-la para o tiro: 02 (dois) municiadores;
02 (dois) artilheiros na colocação e preparo da carga dentro do tubo;
01 (um) artilheiro com a bucha para apagar as centelhas remanescentes pós-tiro;
02(dois) artilheiros no parafuso de elevação;
02 (dois) artilheiros na direção (a peça era deslocada, em direção, por suas rodas, através do trilho de conteira); 01 (um) atirador e 01 (um) Chefe de Peça.

 

Após o disparo, a peça era deslocada para trás, de modo a se fazer o remuniciamento.
O Reparo em madeira, que apóia a peça, é constituído de Berço (parte superior) e Estrado (parte inferior).
Reparem na saída do Forte, na parte superior do portão, a placa em mármore carrara, com inscrições em latim e referências a Pedro II. Em algarismos romanos (MDCCCLXXII-1872), o ano da inauguração do Forte por nosso Imperador.

 

FORTE SÃO JOSÉ

1. QUESTÃO CHRISTIE
Embora respeitando alguns motivos determinantes das medidas de economia da Regência, mesmo àquela época não seria difícil prever os riscos que elas nos acarretariam.
Muito cedo, com efeito, desde 1850 sofre o Brasil diversos atos de violência por parte de belonaves inglesas que, a pretexto de coibir o tráfico de escravos, revistam todos os navios em demanda de portos brasileiros. Os abusos ocorrem muitas vezes às barbas de nossas fortalezas, submetidas a esse vexame por ausência completa de condições para uma reação.
Esse estado de coisas culmina em fins de 1862, quando o almirante inglês Warren aprisiona, diante das inermes fortalezas da barra do Rio de Janeiro, vários navios que pretendiam entrar no porto e que são conduzidos para a enseada das Palmas, próxima da Ilha Grande. É o triste capítulo de nossa história conhecido como a “QUESTÃO CHRISTIE”, nome do ministro inglês que ordenara tal afronta.

2. REARMAMENTO EM 1863
Premido, enfim, pela opinião pública, o Governo Imperial toma medidas de reação. Cuida-se do alistamento de voluntários, idéia que muito nos iria beneficiar na Guerra do Paraguai.
Encomendam-se na Europa armamento e navios de guerra. Incumbem-se oficiais da inspeção das defesas do litoral. A Comissão de Melhoramentos do Material do Exército, tendo à frente o Brigadeiro Henrique de Beaurepaire Rohan, propõe medidas urgentes que assegurem a defesa da barra da Guanabara. Mediante contribuições do povo ( inclusive dos residentes estrangeiros, até mesmo dos ingleses), são imediatamente iniciadas diversas obras, tais como a construção da Fortaleza de Imbuí, as casamatas de Santa Cruz, ampliações no Pico e na Praia de Fora; projetam-se cúpulas couraçadas para a Lage e casamatas para o São João. D. Pedro II tem atuação decidida nesses trabalhos, inspecionando e visitando quase diariamente as obras.
Durante uma dessas visitas, quando se realizava na Fortaleza de São João um exercício de fogo, em presença do Imperador, explode um canhão causando várias vítimas. Logo reparadas as muralhas, inicia-se, sobre o antigo reduto de São José, uma obra até hoje admirável, um conjunto de 17 casamatas construídas em pedra lavrada de 1,40 m de espessura, encimadas por plataforma e parapeito, também de granito, com a mesma espessura, e completadas por um grande paiol em abóboda, à prova das armas da época.
A 7 de setembro de 1872, com a presença de S. M. o Imperador D. Pedro II, é posto em serviço o novo Forte, artilhado com 15 canhões ante-carga Whitworth calibre 70mm nas casamatas e 20 canhões de calibres menores e alma lisa, atirando à barbeta, na bateria superior.
Rearma-se também, na oportunidade, o Forte da Entrada, constituído de 3 baterias à barbeta: a D. Pedro II, defendendo a praia de fora; a do Governador, para a defesa da praia interna da baía; e a da Capela, mais alta, dominando toda a várzea fronteira.

Canhão Armstrong 550- (Vovô)

Ainda na barra, em um dos patamares do antigo reduto de São Teodósio, está assestado o hoje célebre “Vovô”, enorme obuseiro ante-carga Armstrong 550 (calibre dado pelo peso do projétil pronto para o tiro).
Ainda na barra, em um dos patamares do antigo reduto de São Teodósio, está assestado o hoje célebre “Vovô”, enorme obuseiro ante-carga Armstrong 550 (calibre dado pelo peso do projetil pronto para o tiro).

3. A REVOLTA DA ARMADA
Apesar das reformas conseqüentes à Questão Christie, o sistema de defesa da barra do Rio de Janeiro não estava, por ocasião da proclamação da República, em dia com os últimos progressos dos meios de ataque, sobretudo no que diz respeito ao potente artilhamento das modernas belonaves. Durante a Guerra do Paraguai, como as hostilidades se desenvolvessem longe de nossos maiores centros, houve grande incremento de nossa Marinha de Guerra, o que lhe deu superioridade de armamento sobre as nossas fortalezas. É o que fica demonstrado com a Revolta da Armada em 1893, quando as defesas legalistas são atacadas pelos poderosos e moderníssimos encouraçado “Aquidaban” e cruzador “República”, bem auxiliados pela Fortaleza de Villegagnon, também sublevada, bem como pelos canhões calibre 650 dos navios “Solimões” e “Javari” e pelos Whitworth de 70 mm do cruzador “Trajano”, muito modernos, retro-carga.
Contra todo esse armamento, formidável para a época, opunham as fortalezas da Barra alguns Withworth, ante-carga de 70 mm, e outros de menores calibres, inclusive alguns de bronze La Hitte, do tipo dos usados na Guerra do Paraguai. Na Fortaleza de São João, o legendário “Vovô”, ante-carga, antiquado e já “dado em consumo”, é acionado por uma guarnição de alunos da Escola Militar da Praia Vermelha, que arranca prodígios do velho Armstrong 550. Atuam nessa guarnição o 10 Ten. Victor Roszany e os alunos Thiago Ribas, Filadelfo Rocha, João Pereira, Raimundo Gonçalves de Siqueira, Parga Rodrigues, José Armando Ribeiro de Paula, Firmo José Rodrigues, Luiz Lobo, Odilon Azevedo e Antenor Santa Cruz Pereira de Abreu.
Mesmo consumindo 15 minutos no preparo de cada tiro, logram esses jovens algumas proezas que consideraríamos inverossímeis, não fossem os diversos escritos concordantes. De fato, causam admiração o desmonte do canhão 150mm sobre reparo Moncrift na Fortaleza Villegagnon, a destruição da bateria da ilha das cobras e o tiro no camarote do comandante do “Aquidaban”,... Juntamente com os citados, enfrentam a revolta o Gen Ewerton Quadros, o Cap Crispin Ferreira (no comando de um 70mm Withworth) e o Cap Conceição Monte, comandando uma das baterias casamatas do Forte São José em ataque cerrado ao “Uranus”, navio mercante armado em guerra, que tentava forçar a barra a comboio das belonaves.


Atua também nesta oportunidade contra o “Javari”, o célebre canhão “Cachorro”, ainda hoje assestado acima das casamatas do São José, com seu tubo 150mm de alma longa projetando-se sobre a muralha, na posição característica de um galgo sentado sobre os posteriores, o que lhe valeu o pitoresco apelido dado pela soldadesca.
Substituindo o Corpo de Aprendizes Artilheiros, que a servira até quase o fim do Império, guarnece então a Fortaleza o 60 Batalhão de Artilharia de Posição, que conserva essa denominação até o início do século XX.

Forte São José em 1894

Serviu, ainda, como cenário para as filmagens da telenovela "Que rei sou eu?" (1989), da minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002) e do filme "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (1994).

Hoje, esse precioso patrimônio tornou-se um Sítio Histórico visitado por turistas nacionais e estrangeiros.


AGENDAMENTO PARA VISITAÇÃO:
Horários disponíveis: Manhã: 09:00 hs – Tarde: 13:30 hs
► e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
► telefone: (21) 2586-2291 / WhatsAppp: (21) 97295-5891

 

ENGLISH VERSION

São José Fort


The Reduto São José, of 1578, has suffered, over the years, some improvements. Motivated by the Christie Question (Situation that occurred in the period from 1850 to 1863, characterized by the English intervention to the slave trade and international trade (Lei Eusébio de Queiroz - 1850), with the seizure of Brazilian ships in our territorial waters), the Emperor Pedro II determines that the Fortresses of the entrance of the Bay were totally modernized. On the former Reduto San José, a monumental work is begun, in blocks of granite, consisting of a gallery with 17 casemates, in carved stone, surmounted by platform and parapet with 1.40 m in length and a loft, to the test of the arms of the time, having its stones, 2.00 m long. In 1872, the new St. Joseph Fort is put into service, wielded with 15 Whitworth cannons, of English manufacture, caliber 32 and 70 pounds. Our Emperor personally came to the Fortress of St. John to inaugurate it.


In the fort's fortress, the Cultural Space of the Historical Museum of São Fortaleza, where there is a historical collection and the history is counted briefly in 16 self-explanatory panels. A work in stonework, forming arches, artistically aligned. The stones, hand carved, were millimetrically embedded, according to the military engineering plant of the time.

 

The guns are Whitworth, of English manufacture, calibres 32 pounds (97mm) and 70 pounds (127mm), whose probable year of manufacture is 1863 (Century XIX). The maximum range reached 3,000m.
Some hatches have a tear in their base, for placement of iron plates, known with Courage, whose purpose was to protect the gunners and the pieces.
The window in the ceiling served for the exit of the gases of the gunpowder, after the shot, helping to dissipate the smoke.
The piece was shot, with approximately ten men needed to prepare it for the shot: 02 (two) amputers;
02 (two) gunners in the placement and preparation of the load inside the tube;
01 (one) gunner with the bushing to extinguish the sparks remaining post-shot;
02 (two) gunners on the lifting screw;
02 (two) gunners in the direction (the piece was displaced, in direction, by its wheels, through the content rail); 01 (one) shooter and 01 (one) Chief of Part.

After the firing, the piece was moved backwards, so as to make the reloading.
The wood repair, which supports the piece, consists of Cradle (top) and Deck (bottom).
Look out at the exit of the Fort, at the top of the gate, the carrara marble plaque, with inscriptions in Latin and references to Peter II. In Roman numerals (MDCCCLXXII-1872), the year of the Inauguration of the Fort by our Emperor.

FORTE SANTO JOSÉ.


1. CHRISTIE QUESTION
While respecting some key reasons for the Regency's economy measures, even at that time it would not be difficult to predict the risks they would entail.
Very early, in fact, since 1850 Brazil suffers various acts of violence by English convoys which, under the pretext of curbing the slave trade, check all ships in demand of Brazilian ports. Abuses often occur to the beards of our fortresses, subjected to this vexation by complete absence of conditions for a reaction.
This state of affairs culminates at the end of 1862, when the English Admiral Warren imprisons, before the defenseless fortresses of the bar of Rio de Janeiro, several ships that wanted to enter the port and that are lead to the cove of the Palms, near the Big Island. It is the sad chapter of our history known as the "CHRISTIAN QUESTION," the name of the English minister who ordered such an affront.


2. REACTION IN 1863
Pressed, finally, by public opinion, the Imperial Government takes measures of reaction. Take care of the enlistment of volunteers, an idea that would benefit us greatly in the Paraguayan War.
Europe and armament and warships are ordered in Europe. Officers of the inspection of the defenses of the coast are in charge. The Army Material Improvement Commission, headed by Brigadier Henrique de Beaurepaire Rohan, proposes urgent measures to ensure the defense of the Guanabara bar. Through contributions from the people (including foreign residents, even from the English), various works are immediately initiated, such as the construction of the Fortress of Imbuí, the casemates of Santa Cruz, enlargements in Pico and Praia de Fora; Dom Pedro II takes decisive action in these works, inspecting and visiting the works almost daily.
During one of these visits, when an exercise of fire was performed in the Fortress of St. John in the presence of the Emperor, a cannon explodes causing several victims. Once the walls have been repaired, a work that is still admirable, a set of 17 casemates built of 1.40 m thick stone, topped by platform and parapet, also of granite, with the same thickness, and completed by a large vault in vault, proof of the weapons of the time.
On September 7, 1872, with the presence of His Excellency the Emperor D. Pedro II, the new Fort was put into service, with 15 Whitford antebellum guns loaded in the casemates and 20 guns of smaller caliber and smooth soul, firing on the upper battery.
The fort of the entrance, made up of 3 batteries with the barbeta, is also restarted: Pedro II, defending the beach outside; that of the Governor, for the defense of the internal beach of the bay; and the one of the Chapel, higher, dominating all the border floodplain.


Cannon Armstrong 550- (Grandpa)
till in the bar, on one of the steps of the former stronghold of St. Teodósio, is the now famous "Grandpa", huge antebellum burglar Armstrong 550 (caliber given by the weight of the projectile ready for the shot).
Still in the bar, on one of the steps of the old stronghold of St. Teodósio, is the now famous "Grandpa", huge antebellum burglar Armstrong 550 (caliber given by the weight of the projectile ready for the shot).

3. THE ARMADA REVOLT
Despite the reforms resulting from the Christie Question, the Rio de Janeiro defense system was not, at the time of the proclamation of the Republic, in line with the latest advances in the means of attack, especially with regard to the powerful artillery of modern belonaves . During the Paraguayan War, as the hostilities developed far from our major centers, there was a great increase in our Navy, which gave it superiority of armament over our fortresses. This is demonstrated by the Armada Revolt in 1893, when legalistic defenses were attacked by the powerful and modernized battleship "Aquidaban" and cruiser "Republic", well aided by the Fortress of Villegagnon, also revolted, as well as by the 650 caliber guns of the ships "Solimões" and "Javari" and by Whitworth of 70 mm of the cruiser "Trajano", very modern, retro-load.
Against all this armament, formidable for the time, opposed the strongholds of the Barra some Withworth, ante-load of 70 mm, and others of smaller calibres, including some of bronze La Hitte, of the type used in the War of Paraguay. In the Fortress of St. John, the legendary "Grandpa", antebellum, old-fashioned and already "given in consumption", is activated by a garrison of students of the Military School of Praia Vermelha, which wreaks wonders from the old Armstrong 550. They act in this garrison or 10 Ten. Victor Roszany and the students Thiago Ribas, Filadelfo Rocha, João Pereira, Raimundo Gonçalves de Siqueira, Parga Rodrigues, José Armando Ribeiro de Paula, Firmo José Rodrigues, Luiz Lobo, Odilon Azevedo and Antenor Santa Cruz Pereira de Abreu.
Even though they consume 15 minutes in the preparation of each shot, these young men achieve some feats that we would consider unlikely, were not the various concordant writings. In fact, admiration for the dismantling of the 150mm cannon over Moncrift repair in Villegagnon Fortress, the destruction of the snake island battery and the shooting in the stateroom of the commander of the "Aquidaban", ... Together with those mentioned, they face the revolt Gen Ewerton Quadros, Cap Crispin Ferreira (in charge of a 70mm Withworth) and Cap Conceição Monte, commanding one of the casemates from Fort San José in a closed attack on the Uranus, a merchant ship armed at war, which tried to force the bar to convoy of the belonaves.


He also acts in this opportunity against the "Javari", the famous "Cachorro" cannon, still today seen above the casemates of São José, with its tube 150mm of long soul projecting on the wall, in the characteristic position of a greyhound sitting on the later, which earned him the picturesque nickname given by the soldiers.
Replacing the Artillery Apprentice Corps, which had served until nearly the end of the Empire, the Fortress now holds the 60th Artillery Position Battalion, which retains that name until the early twentieth century.


São José Fort in 1894


VISITING SCHEDULE:
Hours available: Morning: 09:00 - Afternoon: 13:30 hs
► E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
► phone: (21) 2586-2291 / WhatsApp: (21) 97295-5891

registrado em:
Fim do conteúdo da página